quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Motivo - Parte 1


Quando as pessoas me questionam sobre qual seria o motivo que me levou a fazer este voto de silêncio, geralmente mostro uma pequena anotação, preparada para tais circustâncias, na qual digo que o fiz "para me tornar melhor como pessoa". Isto serve para saciar curiosidade efêmera da maioria. Porém quando alguém fica insatisfeito com uma resposta tão vaga, indico a leitura deste blogue.

Antes de começar a minha explicação mais pormenorizada, devo dizer que não há apenas um motivo, o que me obrigará a fazer mais de uma publicação a respeito.

Acho que o que mais me motivou a tomar minha decisão foi o fato de que grande parte das palavras que saíam da minha boca machucava as pessoas ao meu redor, principalmente no último ano. Falei coisas que não queriam ouvir; este é o problema em ser sincero demais. Por mais que precisem ouvir certas coisas, pouquíssimas pessoas entendem que é para o seu próprio bem. Como não quero ser forçado a mentir só para manter as aparências, silenciei-me.

2 comentários :

  1. E não vamos esquecer que ao privar-se de um dos sentidos, os outros tornam-se mais aguçados!
    =*

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  2. "O homem santo, o iniciado, se afasta não apenas das tentações da atividade mundan, mas também da palavra. Sua retirada para a gruta da montanha ou para a cela monástica é a representação exterior de seu silêncio. Mesmo aqueles que são apenas iniciantes nesse árduo caminho aprendem a desconfiar do véu da linguagem, a rompê-lo para chegar ao mais real. O koan do Zen - você conhece o som de duas mãos batendo palmas, qual o som de uma? - consiste em um exercício para principiantes no repúdio à palavra." (Steiner, Linguagem e silêncio)
    Claro que o meu recado é sobre a linguagem, não a santidade; ando lembro sobre o silêncio e lembrei desse novo caminho.
    amplexos

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Escolha bem as palavras.